F80 (291): Mário Ventura
Terá sido, garante quem viu, um dos casos mais evidentes de potencial desbaratado no futebol português da década de 70. O médio Mário Ventura tinha tudo, menos estabilidade emocional e vontade.
Internacional júnior pelo Belenenses, Mário Ventura era apontado, em finais da década de 60, como uma das maiores promessas do futebol nacional para os anos que vinham aí. Quando chegou a sénior, no entanto, foi dispensado, nunca tendo chegado a jogar de forma oficial pelo clube do Restelo. Fez um longo trajeto de oito anos pelos escalões secundários até ter a oportunidade de começar a jogar na I Divisão, em 1976, pelo Vitória SC. E aí se percebeu aquilo de que já se desconfiava: Mário Ventura tinha tudo menos aquilo que faz os grandes competidores, que é estabilidade emocional e vontade. Capaz dos melhores brilharetes e de exibições completamente anónimas, jogou cinco épocas entre os grandes, representando ainda o Vitória FC e o Marítimo antes de voltar ao escalão secundário.