F80 (282): Jaime Pacheco
Jaime Pacheco tem menos currículo do que tinha qualidade. Dez épocas entre FC Porto e Sporting só lhe valeram um título de campeão e uma Taça dos Campeões, cuja final não jogou.
Para se entender o futebol de Jaime Pacheco era preciso ir muito além do brilho das ações individuais. O médio que, sem escola, se impôs no FC Porto, motivou a cobiça do Sporting, marcou uma era na seleção nacional e jogou depois até perto dos 40 anos, já acumulando funções de futebolista com as de treinador, não fazia nada de uma forma particularmente brilhante. Não era fortíssimo no desarme, não era excelente no remate, não se impunha no drible, não era um portento físico... Mas fazia tudo isto de um modo bem mais do que competente. E juntava a essas caraterísticas de futebolista completo uma que o levava a distinguir-se dos demais: um cérebro desenvolvido, que o levava a antecipar sempre a melhor decisão, a chegar onde se impunha antes dos colegas e dos adversários, e a aplicar no terreno a máxima segundo a qual se a bola corre mais que o homem e não se cansa, mais vale fazê-la mexer. Jaime Pacheco foi sempre um jogador de coletivo e era isso que o valorizava acima de um jeito de ser que o levou a ser sempre senhor do seu nariz e a pensar pela própria cabeça em vez de se sujeitar a modas.
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