F80 (256): Matateu
Matateu era potência, habilidade, explosão, velocidade e intuição. Ao maior jogador da história do Belenenses, a que os ingleses chamaram “oitava maravilha do Mundo”, só faltou ter equipa à altura.
Se há jogador injustiçado na história do futebol português, ele chama-se Sebastião Lucas da Fonseca, Matateu. Os registos individuais dizem que está lá em cima, ao nível dos mais fortes, mas nem jogando até aos 50 anos conseguiu o objetivo maior de um futebolista: ser campeão. A Matateu, o avançado a que a imprensa inglesa se referiu como “a oitava maravilha do Mundo” depois da primeira vitória de Portugal sobre a Inglaterra, em 1955, faltou sempre equipa – e ele sozinho não podia mais. Ele tinha a habilidade da finta curta, a explosão a sair do drible, a potência do remate e a intuição de quem respirava e pensava futebol. A bola, na vida deste artilheiro moçambicano, só concorria com o prazer de uma cervejinha e com o caráter namoradeiro e mulherengo que o levava a alguns excessos na vida pessoal. “Tenho 41 anos, mas parece que tenho 19, porque estou conservado em cerveja”, disse uma vez numa entrevista, depois de trocar definitivamente os grandes palcos por estádios mais modestos, seja nas divisões secundárias portuguesas ou no Canadá, para onde emigrou e onde veio a falecer.
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