F80 (255): Bento
Vê-lo jogar era um pouco fazer a exaltação das virtudes do trabalho face à natureza. Bento não nasceu guarda-redes. Fez-se um dos melhores portugueses de sempre na arte de defender balizas.
Juntava num só corpo, ainda por cima um corpo que não cresceu muito, a agilidade, a coragem, mas também os reflexos e a perseverança que haveriam de fazer dele um dos melhores guarda-redes portugueses de sempre. Somava-lhes algum temperamento, que nem sempre o levava pelos melhores caminhos, mas o cocktail que dali saía marcou uma era. Manuel Bento era um guarda-redes muito diferente de Vítor Damas, que foi quem o antecedeu nas balizas da seleção nacional, ou de Vítor Baía, que apareceu uns anos depois a preencher o vazio que se sucedeu à lesão que lhe acabou com a carreira, em pleno Mundial do México, em 1986. Se aqueles respiravam classe e charme, o ribatejano não lhes ficava atrás porque trabalhava para isso. Só assim pôde ser oito vezes campeão nacional pelo Benfica e 63 vezes internacional por uma seleção portuguesa à qual só chegou com 28 anos.
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