F80 (14): Gomes
Chegou do Algarve para ser um garante de segurança defensiva. Inultrapassável naquela ponta final do campeonato ganho pelo Belenenses, foi um dos agraciados com a medalha de mérito e valor desportivo.
Não era uma das Torres de Belém, alcunha dada a Capela, Vasco e Feliciano, mas com eles e Serafim garantia que a defesa do Belenenses era das mais temidas do futebol português. Gomes era um médio centro forte na marcação e a cara de uma equipa do Belenenses que, em 1946, fez do arreganho a maior arma para a conquista do título nacional. Isso viu-se, por exemplo, na forma como, mesmo com ele lesionado e incapacitado por toda a segunda parte, os azuis deram a volta a um jogo com o FC Porto, que tinham estado a perder por 2-0: ganharam-no por 3-2 e mantiveram a liderança. Depois, no mês de ausência de Gomes, o Belenenses ainda sucumbiu em Olhão (0-2), perdendo o primeiro lugar para o Benfica. Mas, com ele de volta, a equipa azul impôs a sua lei nas últimas doze jornadas: 12 vitórias consecutivas valeram o único título de campeão nacional da I Divisão no historial do clube.