F80 (130): Zé Beto
Irreverente e destemido, punha a partir da baliza alguma loucura no FC Porto científico de Artur Jorge. Foi campeão nacional e europeu, disputou as redes com Mlynarczik e só as perdeu para Baía.
Zé Beto era um homem de excessos. Quando defendia bem, defendia muito bem, fruto do seu feitio destemido e irreverente. Quando perdia a cabeça, também o fazia com estrondo. Foi o que sucedeu na final da Taça das Taças que jogou, pelo FC Porto, em 1984, na sequência do seu primeiro ano de verdadeira afirmação na baliza dos dragões. Defendeu muito bem e perdeu a cabeça nos protestos com o bandeirinha, no final do jogo, o que levou à sua suspensão de toda a atividade internacional por um ano. Artur Jorge, que chegou ao clube depois, começou por manter a confiança nele, mas dois anos depois o polaco Mlynarczik veio reduzir-lhe o espaço de afirmação no FC Porto, que tanto tempo lhe custara a conquistar. Depois, apareceu Vítor Baía. Quando morreu, ainda antes dos 30 anos, na sequência de um acidente automóvel, Zé Beto vivia momentos de angústia profissional.