Entusiasmo e falta de noção
Olha-se para o FC Porto e percebe-se que os jogadores gostam da ideia de Anselmi, mas não estão em condições de a executar. O Vitória SC explorou as debilidades portistas e mereceu o empate.

Palavras: 2311. Quadros táticos: 6. Tempo de leitura: 12 minutos (Texto sem áudio no Telegram).
Luís Freire pode ser encarado como uma espécie de “rei dos empates”, mas ontem soube encontrar a fórmula correta para expor as debilidades de um FC Porto a que, com Martín Anselmi, tem faltado em talento e equilíbrio tático aquilo que lhe sobra em disponibilidade e vontade dos jogadores. O nulo que o Vitória SC arrancou ontem no Dragão (1-1), no jogo que encerrou a 23ª jornada da Liga, foi justo, até em função do índice de golos esperados idêntico criado pelas duas equipas (1.27 para os dragões, 1.26 para os minhotos), mas nasceu acima de tudo do desenquadramento entre o excesso de entusiasmo ofensivo numa bola parada e a falta de noção de que, a quatro minutos do fim, não se pode sofrer em transição num jogo que se está a ganhar. O Vitória SC já tinha sido competente, por exemplo, na exploração dos espaços deixados vagos atrás da pressão portista, circulando a bola até lá encontrar o homem livre, mas viu-se na mesma em desvantagem, quando se esqueceu de tapar o pé esquerdo de Fábio Vieira bem no interior da área. Empatou num lance em que Nuno Santos lançou Úmaro Embaló para correr meio-campo com bola antes de bater Diogo Costa. E aí já não havia Fábio Vieira para dar a volta. Nem Mora.