Eminências Pardas (13): Cristiano Giuntoli
O construtor do SSC Nápoles campeão trocou o sul pela Juventus do seu coração. Em Turim, contudo, Giuntoli terá mais dificuldades para ser fiel à sua filosofia de sucesso: “empenho acima do talento”.
A transferência do ano nos gabinetes do futebol europeu foi a passagem de Cristiano Giuntoli, o diretor desportivo que construiu o SSC Nápoles campeão, para a Juventus, o clube que nos seus tempos de juventude o levava a fazer longas viagens de autocarro só para o ver jogar. Em Turim, onde o pedigree antecede sempre a capacidade de trabalho, onde se preferem lenços de seda a fatos-macaco, o homem que antes de conquistar o sopé do Vesúvio já tinha levado o AC Carpi até à Serie A, com três subidas de divisão em cinco anos, pode vir a enfrentar algumas dificuldades para impor a sua personalidade operária, mas encontra ao menos um aspeto em comum com os seus dois últimos trabalhos: uma situação financeira debilitada a conduzi-lo à necessidade de cortar no orçamento. Foi assim que Giuntoli conquistou as suas maiores medalhas e o estatuto de herói nos dois clubes cujas operações de mercado conduziu desde 2009 até ao momento em que foi aplaudido em êxtase na apresentação dos campeões no Diego Maradona. “Um talento escondido, todos o temos. O que faz a diferença é a aplicação. Sem aplicação, esse talento ficará sempre escondido”, explicou Giuntoli numa TED Talk para a qual foi convidado na época passada, dando expressão ao que todos os que com ele trabalharam dizem: é um controlador obsessivo.