Eminências pardas (10): Hasan Salihamidzic
Há quem diga que não passa de uma marioneta de Höness, mas Salihamidzic saiu vencedor do duelo com Flick, levando este a fugir para a seleção. E personifica o sistema-Bayern.
Não há muito quem goste de Hasan Salihamidzic em Munique. O diretor desportivo do Bayern foi mandado às feras e colocado à cabeça da luta da super-estrutura do clube contra aquilo que podia vir a ser o crescimento do poder de um treinador – ou dos treinadores, em geral. Ganhou, porque quem o suportava era também quem decidia a contenda, mas viu cair sobre ele o odioso popular que se seguiu à desistência de Hansi Flick, em Abril de 2021. A aposta do Bayern num treinador sedutor, como o jovem Julian Nagelsmann, para substituir o técnico que foi posteriormente escolhido como selecionador alemão, foi claramente feita no sentido de cativar os adeptos para aquele que os dirigentes entendem ser o lado bom da força. Quem estava ali em causa nunca foram Salihamidzic ou Flick. O que estava em causa era uma forma de estar no futebol, que o Bayern vê de forma diferente, olhando para os treinadores como uma simples peça na engrenagem.
A relação de Salihamidzic com os seus treinadores nunca foi fácil. O bósnio, que passara nove anos com a camisola do Bayern, antes de emigrar para Itália, onde jogou na Juventus por quatro épocas, e de terminar a carreira no VfL Wolfsburgo, foi nomeado diretor desportivo do gigante bávaro em Julho de 2017, de forma a preencher um lugar que estava vago desde a saída de Matthias Sammer, um ano antes. Carlo Ancelotti tinha sido campeão alemão – mas também, nestes dias, quem é que não ganhava o campeonato com o Bayern? Em final de Setembro, ainda assim, depois de uma derrota por 3-0 com o Paris Saint Germain, na Liga dos Campeões, o treinador italiano foi despedido. Para o seu lugar, Salihamidzic contratou um treinador de estrutura: Jupp Heynckes. O veterano – que estava na quarta passagem pelo clube – ganhou o campeonato e a Taça da Alemanha de 2018, mas não era visto como solução de futuro. Havia que substituí-lo, o que o Bayern fez no Verão de 2018, contratando Nico Kovac ao Eintracht Frankfurt. O croata ainda ganhou a Bundesliga e a Taça da Alemanha em 2019, mas em Novembro de 2019, depois de apanhar 5-1 do seu anterior clube, foi também demitido.
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a António Tadeia para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.