E vão sete do Benfica
O Benfica continua na senda do recorde de Eriksson, agora com sete triunfos seguidos. Ontem foi o Boavista que não conseguiu opor-se à variabilidade da equipa de Schmidt.

São sete jogos e sete vitórias para o Benfica de Roger Schmidt, que continua na senda do início de época de Eriksson, que há 40 anos, em 1982, arrancou com 15 triunfos consecutivos. Ontem coube a vez ao Boavista de Petit tentar – e fracassar na tentativa – contrariar o futebol de pressão e alternância entre ligações interiores e exteriores dos encarnados, através de duas linhas híbridas, que faziam o esquema axadrezado variar entre um 3x5x2 ofensivo e um 4x4x2 defensivo. O Boavista conteve o Benfica durante uns 20 minutos, mas à medida que o jogo ia avançando ia perdendo rigor e acabou por ser batido por claros 3-0, que deixaram à vista as virtudes do Benfica. Acima de todas, a complementaridade ofensiva, que parte de um início de construção minimal repetitivo mas depois apresenta múltiplas soluções de progressão.
João Mário, com dois golos – e um cantado, falhado de baliza aberta, no final da primeira parte –, foi escolhido como o homem do jogo, mas o que mais faz sonhar os benfiquistas neste início de época é que a cada partida há um novo nome a emergir para os boletins. Ontem, para mim, o homem da tarde até foi Florentino, mas já houve jogos em que a equipa fez avançar João Mário, Rafa, Neres, Enzo ou Gonçalo Ramos. A questão é que todos parecem prontos a dar resposta, num coletivo que está bem oleado na variabilidade. E mesmo que apareçam dúvidas acerca da qualidade dos adversários, num início de época que não foi assim tão exigente, a verdade é que já se viu o Benfica ganhar graças a uma série de virtudes complementares, que passam por uma alternância entre a saída exterior e interior ou por uma variação entre o apoio entre linhas e o ataque à profundidade. Em comum, o futebol do Benfica tem sempre pontos como a pressão na saída adversária, a reação forte à perda da bola, a saída a quatro com os dois centrais e os dois médios a servirem de apoio, para permitirem a projeção dos laterais desde muito cedo, ou a grande presença na área se a bola entra nos corredores laterais. E é a estas questões que os treinadores adversários tentam dar uma resposta estratégica antes de se baterem com o Benfica.