É só não estragar
Afinal, o novo modelo das competições europeias já ganha adeptos. Há incerteza, há grandes em dificuldades que nunca conheceram e os nossos clubes estão todos em boa posição para se apurarem.
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O novo formato das competições europeias já leva três meses de prática e é possível fazer um primeiro balanço. Vista de Portugal, a coisa parece resultar, pois as nossas cinco equipas não só estão em posição de qualificação para a fase seguinte como são dadas como favoritas para esse objetivo pelas projeções feitas pelos super-computadores que a isso se dedicam. Vista numa perspetiva mais neutral, também tem acolhido boas reações, uma vez que há grandes em dificuldades que nunca conheceram para saírem vivos desta primeira fase. Os jogos têm sido, regra geral, interessantes, com surpresas que não nascem apenas da natural poupança dos titulares por parte de grandes demasiado à vontade, mas ainda há quem seja contra. Em Madrid, Florentino Pérez já decretou que este sistema “não funciona” e que é fundamental que se avance já com a Superliga, “para que se organizem mais jogos interessantes”, isto é, entre equipas de elevado potencial. Faltou-lhe explicar porque é que falta interesse a uma Liga dos Campeões onde, ao fim de cinco jornadas, o seu campeão galáctico segue em 24º lugar, já com três derrotas. E se as projeções ainda dão ao Real Madrid um previsível 21º lugar final, com 90 por cento de hipóteses de ficar no Top 24 e assim garantir um lugar nos playoff, do mesmo já não pode gabar-se o Paris Saint-Germain, cujo presidente, Nasser El-Khelaifi, foi esta semana ridicularizado por tarjas exibidas pelos adeptos do Bayern Munique e a quem nem a presença do lado certo da guerra valeu a complacência adversária: a derrota por 1-0 faz com que o mais previsível seja o 25º lugar final do clube do dinheiro qatari, a quem só são dados 54 por cento de probabilidades de acabar no Top24.