De Solskjaer a Conceição
Solskjaer terá três jogos para inventar o que ainda não descobriu: um plano. Já Sérgio Conceição tem mais lastro, mas um problema semelhante: a equipa pede mudança.
A administração do Manchester United deu a Ole Gunnar Solskjaer três jogos para recuperar a confiança e endireitar uma época que está a pôr-se muito complicada, como se nas visitas a Tottenham e Atalanta e na receção seguinte ao Manchester City fosse possível ao treinador norueguês encontrar aquilo que não inventou nos dois meses que leva a temporada: um plano. Há muitas fórmulas para se ser treinador de sucesso, da sapiência tática à competência no campo de treinos, com passagem pela liderança férrea ou pela criação de laços fortes com os jogadores, mas nenhuma resiste à falta de um plano – ou, já agora, à aplicação de um plano idêntico a jogadores que são diferentes e que, por isso, exigem planos específicos. Esse é o dilema de Sérgio Conceição, que tem mais tempo, fruto dos títulos conquistados em anos recentes, mas ainda ontem assumiu a responsabilidade pela eliminação do FC Porto da Taça da Liga, devida em grande parte à dificuldade para mudar o plano quando muda os intérpretes.
Em Carrington, o clima é de aparente reforço de confiança. Até Sir Alex Ferguson se deslocou ontem ao centro de treinos do United, numa manobra que alguns consideraram ser de apoio ao treinador norgueguês, o Baby Face Killer a quem ele ficou a dever tantas vitórias enquanto treinador, mas que na verdade mais não foi do que mostrar ao Mundo que ainda manda ali e tirar autoridade a quem devia mandar. Leio que Fergie esteve lá e tudo o que consigo ver é a afirmação implícita: “Ole, só continuas no cargo porque o ‘pai’ te apoiou na reunião com os ‘yankees’”. Mas isso é política de gabinetes. A questão fundamental no United de hoje nem é essa. É, sim, a futebolística, a falta de identidade de uma equipa que não sabe ao que joga e que se agravou com a chegada de Ronaldo, uma peça do tempo em que o plano era outro e funcionava. Defendi, um dia antes de fechar o mercado e de Ronaldo voltar a Old Trafford, que o melhor para ele seria assinar pelo City, por uma razão muito simples: Cristiano precisa de um plano e não haverá melhor treinador no Mundo para lho gizar e para o fazer cumpri-lo do que Pep Guardiola.
A opção de Ronaldo, ao que consta fortemente influenciada por Ferguson, que terá sido quem mexeu as rodas da engrenagem do United impedindo a concretização da transferência para a metade azul de Manchester, foi a do regresso a casa. E está a provar-se errada: Ronaldo fez nove jogos no United, marcou seis golos, mas soma quatro derrotas. Quando ele chegou, o United estava a dois pontos do topo da Premier League e agora já está a oito. Culpa dele? É evidente que não. A questão é que as qualidades de Ronaldo, a sua tendência para ver o jogo – e muitas vezes resolvê-lo – no plano individual, exigem um plano coletivo que nos últimos anos ninguém foi capaz de delinear. Massimiliano Allegri teve-o na Juventus e foi despachado ao fim de um ano por causa disso – a equipa jogava mal, não entretinha ninguém. Maurízio Sarri pegou na batuta a seguir e conheceu o mesmo destino, mesmo tendo virado o jogo da Velha Senhora mais para o ataque. E se os dois primeiros ainda foram campeões italianos, Andrea Pirlo, tido como guru do jogo de ataque por causa de uma tese de licenciatura, já nem isso conseguiu, antes de ser despedido também, ao fim de uma época. A não ser que algo mude radicalmente nos três próximos jogos, Ole Gunnar Solskjaer vai ter sorte idêntica à dos três últimos técnicos de Ronaldo: o olho da rua.
A questão, como bem se percebe pela derrota do FC Porto, ontem, nos Açores, com o Santa Clara, não tem a ver com qualidade, com empenho ou até com ritmo. Tem a ver, isso sim, com a adequação dos jogadores ao plano. O FC Porto não ficou fora da Taça da Liga por falta de qualidade das suas segundas opções, face a muitas segundas escolhas do Santa Clara. Não foi, também, por falta de empenho ou de ritmo competitivo dos habituais suplentes que ontem foram chamados ao onze. A questão é que este FC Porto tem duas caras que podem ser muito diferentes e ainda só domina um plano: aquele com o qual foi campeão em dois dos primeiros três anos de Sérgio Conceição. No início da época, quando fiz as previsões para a Liga que atualmente decorre, disse que, de todos os candidatos ao título, o FC Porto era o que tinha maior margem de progressão, porque tem lá muitos jogadores diferentes, capazes de lhe dar uma nova face e de, por isso, o tornar mais difícil de contrariar. A questão, aqui, passa por vermos se a equipa consegue dominar os dois planos e transitar de um para o outro. Porque este é um tema complexo, que vai muito para lá do sistema tático ou da abordagem estratégica para cada jogo ou micro-ciclo. Pode uma equipa ter dois planos, dois modelos de jogo, e dominá-los aos dois?
O FC Porto de Sérgio Conceição foi campeão duas vezes nos primeiros três anos, sempre contra as probabilidades, não tendo um plantel tão rico como o Benfica, por exemplo. E a razão era muito simples: tinha um plano que era a cara dos seus jogadores. O futebol de transição e permanente ataque à profundidade casava na perfeição com a explosividade dos seus avançados, de Marega a Aboubakar ou até Soares, e dava aos mais finos – primeiro Brahimi, depois Corona, atualmente Díaz – o espaço para se mostrarem, correndo entre defesas adversárias com a bola. Tudo isso era complementado pela elevada intensidade das duplas de médios de que Uribe é, hoje em dia, o maior representante. O plano começou a mudar na época passada, com Taremi, o primeiro jogador diferente que veio ganhar verdadeira importância neste paradigma, porque é um avançado completo, mas não tao forte na especialidade dos seus antecessores. E, também contra quase todas as probabilidades, o FC Porto perdeu a Liga para o Sporting, exemplo quase perfeito da adequação de um plano a um plantel curto mas no qual os suplentes partilham muitas caraterísticas com os titulares, ainda que naturalmente com menos qualidade. Como se viu ontem no jogo da Taça da Liga com o FC Famalicão, aliás.
Esta época torna-se urgente que Sérgio Conceição defina como integrar gente como Vitinha, um médio menos intenso sem bola, ou Fábio Vieira, um génio que não cabe no plano original. É isso ou voltar ao plano anterior e esquecer que eles existem.
Bom dia , existe 3 tipos de treinadores os fortes psicologicamente e que passam essa msg para os jogadores e ganham com essa força se tiverem un bom adjunto para dar a tática, Scolari é um bom exemplo zidane tb , depois à aqueles que incutindo a disciplina o rigor e a agressividade tem algum sucesso como simeone Conceição e conte só que este é tb bom taticamente depois têm os melhores que juntam tudo isto guardiola kloop e Bielsa, ou seja Conceição é mau a por as equipas a jogar mas é bom a puxar pelo espirito de sacrificio que quando falha vê-se o mediocre que é, o norueguês do man utd é muito mau é o prototipo daqueles que foram grandes jogadores mas como treinadores são 0 lampard pirlo arteta são fracos o melhor com este perfil e gerrard .
E temos um tal de Jorge Jesus que diz que sabe mais que os outros todos e que inventou a bola para se jogar .
O JJ é um eucaliptro que seca tudo á sua volta é arrogante mau colega e os jogadores ao fim de 6 meses já o querem ver pelas costas e quem tem muita mania cai sempre do cavalo é o que eu espero .