Consistência na primeira barreira
Foi sobretudo sólido e consistente, o Benfica que bateu um SC Braga muito curto e deu mais um passo em direção à reconquista do título de campeão nacional. Faltam seis pontos à equipa de Schmidt.
O Benfica ultrapassou o primeiro grande obstáculo que ainda lhe faltava na corrida ao título, ao vencer o SC Braga, por 1-0, na Luz, graças a um golo de Rafa, obtido num contra-ataque veloz, a meio da segunda parte de uma partida que, no entanto, os encarnados passaram quase sempre instalados junto da baliza de Matheus. A equipa da casa acabou o desafio com 20 remates contra cinco e com 42 ações na área adversária contra apenas nove protagonizadas por um onze minhoto que ficou muito aquém daquilo que dele se esperava, uma vez que jogava ali a última hipótese que tinha de reentrar na discussão da Liga. “Jogámos como campeões”, afirmou no final Roger Schmidt, o técnico benfiquista, a quem faltam agora apenas seis pontos para poder celebrar a conquista matemática de um troféu que foge da Luz desde 2019. O Benfica aumentou, à condição, a sua vantagem sobre o FC Porto para sete pontos, mas os dragões ainda terão de jogar a sua partida desta 31ª jornada, na segunda-feira, em Arouca. Quanto ao SC Braga, ficou a nove pontos do líder e já só terá olhos para a final da Taça de Portugal e para a resistência aos avanços que o Sporting poderá fazer já a partir de amanhã, em Paços de Ferreira: se os leões ganharem, os bracarenses verão reduzida para quatro pontos a vantagem de que dispõem na defesa do terceiro lugar e de uma vaga na pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
O jogo foi inesperadamente de sentido único. É verdade que o SC Braga se apresentava sem o mais influente dos seus médios, o líbio Al Musrati, que não recuperou de uma lesão, mas a ausência do polvo do seu meio-campo parece ser curta para explicar uma exibição tão pálida de uma equipa que não conseguiu sequer ter bola, quanto mais ameaçar a baliza adversária. O primeiro remate braguista foi feito por Bruma, aos 57’, dez minutos antes do golo com que o Benfica resolveu o jogo. Até aí, o que se viu foi uma equipa demasiado recuada, com linhas tão juntas no seu 4x4x2 defensivo que depois não conseguia profundidade na transição ofensiva, facilmente anulada pela contra-pressão com que o Benfica respondia à perda da bola. Por seu lado, ganhou Schmidt a aposta num meio-campo mais ágil com bola, formado por João Neves e Chiquinho, dois pesos-pluma, acerca dos quais pode ter havido quem temesse que não fossem suficientemente fortes nos duelos, por falta de físico. Sempre muito disciplinados e criteriosos no passe, os dois médios encarnados formaram ao longo dos 90 minutos um eixo de estabilidade em torno do qual a equipa montou as ações de pressão com que respondeu à saída de bola adversária. Quer em organização quer em transição defensiva, o Benfica meteu sempre muita gente na zona da bola, interrompendo as ligações mais curtas que Artur Jorge pode ter idealizado e forçando o SC Braga a bater longo na frente, em direção ao desamparado Abel Ruiz, assegurando assim a iniciativa da partida.
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