Coerência na virada
A primeira virada do Sporting esta época - em seis jogos que começou a perder... - fundou-se na coerência, na forma como o treinador viu que estava a ser melhor e que de nada serviria uma revolução.
O Sporting conseguiu, frente ao Casa Pia, a primeira virada desta época, batendo os gansos por 3-1 mesmo depois de sair para o intervalo em desvantagem. Ao contrário do que fizera noutras ocasiões, Rúben Amorim apelou desta vez à tranquilidade e manteve os princípios de jogo que já tinham valido a superioridade dos leões numa primeira parte em que só lhes foi faltando mais qualidade na finalização para construírem um resultado positivo. O momento de viragem foi a entrada de Paulinho, sim, mas para a saída de um dos homens da frente, o ontem infeliz e complicativo Trincão, tendo o Sporting mantido a dinâmica que levava Morita a chegar à frente desde o meio-campo, a presença dos dois alas no ataque e a capacidade dos centrais para desequilibrarem em início de construção. Tudo junto, foram muitos problemas, até para um Casa Pia que partilhava com o Benfica a honra de ser a defesa menos batida da Liga e que esteve sempre bem organizado.
Até ontem, o Sporting perdera os cinco jogos em que vira o adversário marcar primeiro: FC Porto, GD Chaves, Boavista, Olympique Marselha (em casa) e Varzim. Falta de estabilidade emocional para encarar a desvantagem? Sim, claramente. Mas há mais do que isso. Em todos esses jogos, quando quis ir em busca do resultado, Amorim trocou jogadores de linhas mais atrasadas por atacantes, mantendo a estrutura – do 3x4x3 ele não abdica –, mas procurando dar à equipa uma face mais ofensiva desde trás. Ontem, o momento decisivo foi aquele em que o treinador chamou Paulinho para entrar em campo. O que o jogo recomendava era a saída de Trincão, que no entanto acabara de meter uma bola no poste da baliza casapiana. Mas o histórico recente de Amorim poderia levar a pensar na saída de um dos médios, com o recuo de Pedro Gonçalves. A opção tomada – saiu mesmo Trincão – foi a correta e, três minutos depois de entrar, Paulinho fez o empate, anulando os efeitos do golo de Clayton na primeira parte. Mais dois minutos passaram e Nuno Santos consumou a reviravolta, em jogada com a participação dos dois alas – começou em Porro. O 3-1 final, completado com um penalti de Pedro Gonçalves, por falta sobre Edwards, também ele mais solto pela entrada de Paulinho, foi fruto da persistência numa ideia que estava a ser boa e a funcionar em tudo menos no acabamento.
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