Cautelas e surpresas do clássico
Rúben Amorim e Vítor Bruno perceberam o que falhou na Supertaça e mudaram os processos defensivos no clássico de sábado. Melhoraram. E o jogo foi resolvido pelos contra-movimentos leoninos.
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O Sporting-FC Porto do campeonato foi estrategicamente muito diferente do da Supertaça, porque as duas equipas entraram em campo marcadas pelo desastre defensivo que foram as suas atuações nos 4-3 de Aveiro. O FC Porto mudou a pressão e, sobretudo, protegeu a largura atrás, usando regularmente linha de cinco e às vezes até de seis – o que acabou por não ser bom e motivou uma chamada de atenção de Vítor Bruno ao intervalo. O Sporting aligeirou um pouco o seu comportamento defensivo de base marcadamente individual, controlando melhor Galeno nas suas chegadas desde trás e recusando o engodo de mandar os dois centrais atrás dos dois homens que o adversário tinha no corredor central quando estes baixavam em apoio. O que daí saiu foi um jogo muito mais competente de parte a parte no plano defensivo e a natural supremacia da equipa com melhores valores individuais e mais tempo de trabalho, refletida na forma como lhe saem os contra-movimentos no ataque. É verdade que quando o Sporting chegou à vantagem, de penalti, aos 70’, já tinha uma clara superioridade estatística, mas aquilo que resolveu a partida foi um lance individual protagonizado por Gyökeres ante Otávio, que repete em grande parte o que o sueco já tinha feito, naquela mesma baliza, contra Otamendi, no Sporting-Benfica da Taça de Portugal, em Fevereiro.