Campeão mascarado de cínico
O golo madrugador pode ter influído, as ausências de titulares também, mas a vitória do Sporting contra o Estoril veio de forma rara no campeão: pouca iniciativa, equipa atrás e transições letais.

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E, de repente, o Sporting mascarou-se. É Carnaval, ninguém leva a mal... Além de que fica por se saber se as vicissitudes do jogo com o Estoril se deveram sobretudo aos “big balls” que os visitantes levaram a Alvalade, como assinalou o seu treinador, Ian Cathro, ao facto de os leões se terem posto em vantagem logo aos 5’, com um golo de bola parada, às muitas lesões que deixaram Rui Borges sem escolha e a ter de recorrer a gente da equipa B ou até a uma inversão tática que leve a equipa campeã nacional para mais perto das caraterísticas da de 2021 do que da que batia recordes ofensivos na Liga em curso. O Sporting venceu o Estoril por 3-1, amealhou com toda a justiça os três pontos, porque teve muito mais oportunidades de golo do que o adversário, mas foram quase todas elas em momentos de ataque rápido ou contra-ataque, a explorar a forma imponente como Gyökeres dominou Pedro Álvaro, o defesa-central do meio do sistema estorilista, sempre incapaz de evitar que o sueco se isolasse na sequência do corpo-a-corpo. Porque se olharmos para outros indicadores estatísticos, vimos um Estoril mais alto no campo, a somar até mais ações na área do que os anfitriões, mas a esbarrar numa organização defensiva que foi forte, pelo menos até ao momento em que, com as segundas escolhas cansadas, Rui Borges teve de chamar as terceiras.