Campeão em guerra civil
São 17 títulos ganhos em 18 anos. Para o Dínamo Zagreb perder o campeonato da Croácia é preciso uma grande desatenção ou confusão. Como provou esta época, ganhando no meio de uma guerra civil.
Quando o Dínamo Zagreb garantiu matematicamente a conquista do 17º campeonato croata nos últimos 18 anos, empatando fora de casa com o Hajduk Split, a equipa que historicamente ainda se assume como maior rival dos azuis da capital mas que depois, em campo, não mostra argumentos capazes de os contrariar, os homens liderados por Igor Biscan não pareciam estar a viver apenas mais um dia no escritório. Não era. Muito longe disso. Alguns jogadores, como o antigo lateral sportinguista Ristovski, nem hesitaram em considerar a conquista do campeonato de 2023 como “a mais saborosa” das suas carreiras. E, horas depois desse jogo, quando a equipa se cruzou com os Bad Blue Boys, a sua claque mais radical, numa estação de serviço na auto-estrada, a caminho de Zagreb, Ristovski pegou num megafone e começou a cantar por Ademi, o capitão de equipa, o jogador mais titulado da história do Dínamo, que a meio da época foi uma das baixas da guerra civil entre o antigo diretor executivo do clube, Zdravko Mamic, e o homem que se lhe opõe na atualidade, Kresimir Antolic. O que está em causa é o poder, num clube onde o octagenário presidente Mirko Barisic é uma espécie de rainha de Inglaterra. E é o dinheiro associado, por exemplo, à construção do novo Estádio Maksimir. Tudo coisas que levaram a acusações entre dois homens que chegaram a caminhar lado a lado mas que estão neste momento a provocar uma crise de identidade que o Dínamo não viveu nem quando foi forçado a mudar de nome pelas sucessivas novas ordens políticas vigentes na Croácia.
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