Benfica categórico e sem medo
Se havia dúvidas acerca da capacidade dos adversários que o Benfica tem vindo a derrotar, a vitória frente à Juventus, em Turim, depois de se ver a perder logo a abrir, tê-las-á dissipado.
“Mostrámos todas as coisas nos momentos certos”, disse Roger Schmidt, técnico do Benfica, antes de se rir com a sugestão da jornalista da Eleven Sports, quando esta lhe perguntou se já sonhava com “uma temporada épica na Liga dos Campeões”. O entusiasmo tem destas coisas e o momento talvez não fosse para menos: o Benfica acabara de vulgarizar a Juventus, em Turim, em jogo da segunda jornada da prova. Ganhou apenas por 2-1, mas poderia ter construído um resultado bem mais confortável. Assumiu, mesmo assim, a liderança do grupo, a par do Paris Saint-Germain, que os encarnados vão defrontar duas vezes na jornada dupla que aí vem. Se havia dúvidas acerca do arranque de época do Benfica, suscitadas pela fraca valia dos adversários defrontados, a 12ª vitória em outras tantas partidas veio dissipá-las. Esta até pode nem ser ainda – e veremos se virá a concretizar o seu imenso potencial – uma grande Juventus, mas não é qualquer equipa que vai a Turim fazer aquilo que o Benfica conseguiu e virar um jogo que ameaçava pôr-se complicado.
Grande parte do segredo foi a forma como a equipa recuperou a confiança depois de um mau arranque, no qual ia perdendo quase todos os duelos e não era capaz de responder ao maior atleticismo do adversário. Milik, Vlahovic, Kostic são armários móveis, McKennie e Cuadrado capazes de impor a rapidez de reação nos espaços curtos para ganharem qualquer dividida, chegando primeiro à bola, e tudo isso foi apimentado por um golo logo aos 4’. Por essa altura, alguns jogadores do Benfica já começavam também a acreditar no que ouviam e liam – que só tinham ganho 11 jogos seguidos porque os adversários eram fracos. A retoma levou o seu tempo. Passou por subir as linhas, confiando na capacidade dos de trás para controlar a profundidade, e em aumentar a agressividade dos dois médios, que de início se percebia que estavam em inferioridade numérica face ao trio da Juventus. A partir de certa altura, quando o Benfica começou a conseguir trocar a bola e a manter-se por cada vez mais tempo no meio-campo adversário, aproximando esses dois médios de quem estava à frente deles, isso deixou de se perceber. E passou ainda por ver, finalmente, a equipa do Benfica a passar mais tempo em organização defensiva, coisa que até aqui tinha sido rara.
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