Adán pagou a dívida
O guarda-redes respondeu ao descalabro de Marselha, salvando dois pontos ao Sporting num jogo com o Santa Clara em que os leões podiam e deviam ter-se posto a salvo mas em que sofreram no final.
Pode parecer injusto, para aquilo que se viu em dois terços do desafio: um Sporting a mandar em todos os parâmetros e um Santa Clara a não querer sequer jogar. Mas quando a partida entrou no último terço e Mário Silva, o treinador dos açorianos, deu ordem de soltura à sua equipa, a vantagem leonina era de apenas um golo, marcado por Morita numa primeira parte de sentido único. E aí, ante um leão que optou por se deitar a dormir a sesta, por se poupar a pensar nos compromissos que aí vêm, foi Adán quem salvou os três pontos. O guarda-redes espanhol, réu da derrota em Marselha, onde deitou tudo a perder com três erros crassos até ser expulso, fez desta vez três defesas fantásticas, a impedir a equipa da casa de empatar um jogo que os leões podiam muito bem ter colocado em segurança muito antes disso e que apesar de tudo ganharam, por 2-1, após alguma incerteza e sofrimento. Razão tinha Rúben Amorim quando recusou substituir o guardião espanhol, fosse para o punir pelos erros de Marselha ou para melhor preparar Israel, o suplente, para o jogo de quarta-feira, em que o titular estará suspenso.
“O meu objetivo é fazer com que o Sporting vença os jogos. E estamos mais perto de fazê-lo com o Adán”, disse Amorim antes da partida. “O bom foi, sem dúvida, o resultado. E o Adán”, afirmou no final. É certo que o Sporting dominara de forma total a primeira parte, na qual Morita fez o 1-0, em recarga a Edwards, depois de uma interessante ligação interior, de Ugarte até ao inglês, com passagem por um calcanhar de Paulinho, tornando irrelevante a acumulação de unidades defensivas colocadas por dentro pelo Santa Clara. É igualmente certo que, na segunda parte, mesmo com o Santa Clara a querer jogar, Edwards teve nos pés o 2-0, que desperdiçou com um tiro para fora depois de uma brilhante jogada individual. Ou que Nuno Santos fez mesmo esse 2-0, num remate de ressaca, após um canto, em cima do minuto 90. Mas por essa altura já as três defesas de Adán a remates de Bicalho, Ricardinho e Bruno Almeida tinham sido a garantia da vitória – e nem teria sido preciso o Santa Clara reduzir para 2-1, como fez, por Tagawa, aos 90+5’, para que ficássemos com essa certeza. Foi no experiente guarda-redes espanhol que começou e acabou a expedição vitoriosa dos leões aos Açores, onde na época passada tinham deixado três pontos, depois de uma derrota por 3-2.
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