A preciosidade começou atrás
Foi com ação decisiva de Safira, a pedra preciosa do ataque, que o Vitória SC ganhou ao SC Braga, mas a superioridade da equipa da casa começou bem atrás, numa primeira linha capaz de sair com bola.
A ação do ponta-de-lança Safira, primeiro a atacar o espaço e a ganhar um penalti que levou à expulsão de Niakaté, deixando o adversário com dez homens, ainda na primeira parte, e depois a ganhar no ar um belo cruzamento do defesa-central André Amaro e a transformá-lo no segundo golo, foi instrumental no sucesso (2-1) do Vitória SC sobre o SC Braga, no dérbi do Minho com o qual se encerrou a 22ª jornada da Liga. Os arsenalistas ainda reduziram, por Djaló, já perto do minuto 90, aproveitando a igualdade numérica que se seguiu à expulsão de Tiago Silva, a abrir o segundo tempo, mas acabaram por ser penalizados pela sua entrada em falso no jogo e, sobretudo, por uma inferioridade na saída de bola, que a equipa da casa fez sempre com muito mais qualidade, garantindo as condições para a supremacia que mostrou em campo. A primeira vitória dos vimaranenses em três dérbis permitiu-lhes alargar para quatro pontos a almofada de conforto que têm no quinto lugar, o último garantidamente europeu, e ainda atrasou os rivais na luta pelo título. Este resultado impediu o SC Braga de ultrapassar o FC Porto na segunda posição e não só o deixou mais longe do líder Benfica – dez pontos, agora... –, como mais pressionado pelo Sporting, que o segue, a cinco pontos de um lugar na Champions.
O dérbi foi emocionante e muitas vezes bem jogado, ainda que com mais cartões do que se justificaria pela ação dos jogadores. As expulsões surgiram naturalmente e condicionaram a produção das duas equipas. O SC Braga ficou com dez homens logo aos 25’, mas já tinha sido pior do que o rival até aí. Mais tarde, foi a vez de o Vitória perder também uma unidade, aos 54’, abrindo caminho à primeira fase do jogo em que os visitantes estiveram mesmo por cima. Levaram, contudo, mais de meia-hora a reduzir a desvantagem, o que só conseguiram quase em cima do minuto 90. Nunca chegou verdadeiramente a pairar sobre o estádio, assim sendo, a sombra do que sucedera no jogo da Taça de Portugal entre estas duas equipas, quando os vimaranenses chegaram aos 2-0 em Braga, mas acabaram por sucumbir a três golos, entre os minutos 81 e 85. Desta vez, o golo bracarense só apareceu aos 88’ e cinco minutos depois o seu autor, o jovem, Djaló, estava a ser expulso por segundo amarelo. O resultado manter-se-ia e permitiria aos donos da casa festejarem uma vitória que não conseguiam desde há um ano, quando ali tinham conseguido exatamente o mesmo resultado mas em condições bem mais dramáticas – com um golo de Nélson da Luz ao minuto 90 e a jogar com um a menos, por expulsão de Alfa Semedo.