A (pen)última barreira
Dificilmente o Sporting-FC Porto de hoje terá influência no que falta jogar da Liga. Para já, era interessante perceber como se marcam duas mãos das meias-finais da Taça com mês e meio de distância.
Quando se está num clube grande, habituado a vitórias, e se chega a Março empenhado em mais do que uma frente, as competições sucedem-se a uma velocidade tal que a dada altura já se olha para elas como barreiras a ultrapassar. É como um daqueles jogos de telemóvel em que os “maus” aparecem a um ritmo tão vertiginoso que nem dá para pensar se aí vêm mais a seguir: é despachá-los e depois logo se vê. Deve ser mais ou menos esse o estado de espírito dos jogadores do Sporting e do FC Porto antes da semifinal de mais logo, da Taça de Portugal. O desempenho de hoje poderá ter influência no que resta da Liga? Não creio – e se o tiver será apenas na medida em que a Taça de Portugal passou a ter meias-finais jogadas a duas mãos e alguma reserva de energia mental terá de ser guardada para o segundo jogo, no Dragão, daqui a mês e meio.
Olhando para o equilíbrio que tem sido habitual nos jogos entre o Sporting de Rúben Amorim e o FC Porto de Sérgio Conceição, ninguém espera um resultado tão desnivelado hoje que seja capaz de remeter a segunda mão para a gaveta das inutilidades, como aconteceu, por exemplo, com o confronto entre o Sporting e o Manchester City. Portanto, mentalmente, o mais certo é que nem Sporting nem FC Porto tirem hoje o pensamento da final do Jamor, mesmo que um deles saia derrotado – o que, apesar de tudo, é diferente do efeito psicológico que iria ter para o Sporting e o Benfica a final da Taça da Liga, que se resolvia ali mesmo, fosse como fosse. E, ainda assim, não foi rigorosa a associação que fez ontem Rúben Amorim, quando para negar essa mesma influência recorreu ao empate da sua equipa no Funchal e à vitória do Benfica em casa contra o Vitória SC, no último fim-de-semana. Desde que perdeu a final da Taça da Liga, a 29 de Janeiro, o Benfica fez dez pontos em cinco jogos de campeonato, enquanto o Sporting somou onze, passando de caminho pelo Estádio do Dragão, de onde não costuma ser muito habitual vir com vitórias.
Depois, há outra enorme diferença. O Benfica e o Sporting jogaram essa final da Taça da Liga em momentos bastante conturbados. Os leões vinham de duas derrotas em três jornadas de campeonato, permitindo a abertura do fosso que neste momento ainda os separa do FC Porto e instalação da dúvida acerca da revalidação do título de campeões nacionais, pelo que o jogo tinha para eles um significado acrescido de necessitarem de provar – primeiro que tudo a eles próprios – que ainda tinham o que era preciso dentro deles. E as águias chegaram lá com um novo treinador, um que ainda por cima não tinha ganho metade dos cinco jogos que tinha feito à frente da equipa, somando uma derrota no Dragão com o FC Porto e empates com Moreirense e Boavista. Eram duas equipas em busca de legitimidade – coisa que a final de Leiria poderia vir a providenciar-lhes.
Claro que não é possível provar a existência de relação direta entre a vitória leonina no dérbi de Leiria e a forma personalizada como o Sporting entrou no Dragão, duas semanas depois. Ou entre a derrota do Benfica contra os leões e a exibição periclitante que, quatro dias depois, levou os comandados de Veríssimo a perderem em casa com o Gil Vicente. Mas essas ligações podem ser intuídas. A questão é que nem Sporting nem FC Porto estão neste momento em busca de legitimidade, só por terem empatado os seus jogos no fim-de-semana. Além de que quando esta semifinal da Taça de Portugal se resolver, quatro dias depois de mais um Sporting-Benfica, desta vez o do campeonato, e outros quatro antes da visita do FC Porto a Braga, já só faltarão quatro jornadas para o fim da Liga. Nessa altura, sim, se as coisas ainda estiverem como hoje – ou mais aproximadas – entre os dois da frente, poderemos falar de uma evidente influência psicológica do desfecho da semifinal da Taça. Para já, o que me parece mais pertinente é tentar perceber como é possível que entre as duas mãos das meias-finais da Taça de Portugal haja um mês e meio de intervalo, tirando à competição todo o “gravitas” que ele merece e ao jogo de hoje a possibilidade de ser mais do que a (pen)última barreira a caminho do sucesso. Como naqueles jogos de telemóvel.
PS – Lancei ontem, por iniciativa da minha equipa comercial, o projeto Fica a Dica, em parceria com a Solverde. Durante um mês – e depois, consoante os resultados, para as duas partes, se verá se a coisa continua... – vou fazer, em vídeos curtos, nunca mais de um minuto, a antevisão estatística de um jogo que vai realizar-se no dia seguinte. À minha antevisão será colada uma “previsão”, mas devo explicar que ela não pretende ser, nem de perto nem de longe, infalível. Eu só identifico tendências, vocês depois decidem se acham que essa tendência deve prolongar-se e se querem apostar ou não. Espero que, se optarem por fazê-lo, o façam sempre com sentido de responsabilidade. Se quiserem, podem seguir este link e aproveitar o código promocional TADEIA, para terem uma série de vantagens, como uma aposta sem risco até 20 euros, a duplicação do primeiro depósito ou uma carrada de free spins no casino – o que quer que isso seja, que disso então é que não entendo mesmo nada. Os vídeos, que estou a fazer com o Álvaro Filho e a Líbia Florentino, estão a ser divertidos de gravar e acho que estão a ficar com piada. Em baixo segue também o link para o primeiro, que foi publicado ontem à noite. Logo à noite há mais.
Ontem, pode ter-lhe escapado:
(Mas ainda pode ler ou ver se clicar na imagem)
O Conselho de Arbitragem colocou todas as fichas neste jogo. Será que vai valer a pena?