A modernidade mudou a Copinha
A Copinha, a maior competição de formação do Mundo, já foi um fenómeno hipster ao qual estavam atentos todos os olheiros e empresários. Com a modernidade, porém, a prova ficou mainstream.
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A Copa São Paulo, Copinha para quem entra nela, já foi um fenómeno hipster, ao qual todos os aspirantes a ser alguém no futebol tinham de estar atentos – e mesmo os que não estavam diziam que estavam. Mas nos últimos anos as coisas mudaram e a Copinha ficou mainstream. Primeiro, a lei Bosman levou a uma fuga mais precoce de talentos para a Europa. Depois, os empresários e os olheiros dos maiores clubes europeus começaram a ter outras ferramentas, mais fiáveis e menos dispendiosas e cansativas, para detetar os melhores jogadores jovens do Brasil. O crescimento tático de todas as equipas levou também a que, menos livre, o talento se esconda mais atrás da importância dos coletivos. E mesmo os próprios clubes brasileiros começaram a encarar a formação de outra forma: com exceção dos que chegam dos estados menos representativos, preferem hoje ter as promessas mais seguras na equipa profissional, já a preparar os estaduais que estão prestes a começar, jogando a Copinha com miúdos mais jovens. Mas a Copinha não deixou de ser a maior competição de futebol de base do Mundo. A edição deste ano, que hoje (17h) entra nos 16 avos de final, abriu a 2 de Janeiro e tem final prevista, como sempre, para o dia de aniversário da cidade de São Paulo (dia 25). Restam em prova 32 das 128 equipas que vieram de todos os estados do Brasil e, como pode ver, no final deste artigo, consultando a galeria de notáveis que se destacaram como melhores jogadores da competição ao longo dos anos, é muito provável que entre os mais de três mil jogadores inscritos estejam o novo Ronaldinho Gaúcho ou o novo Endrick. O segredo é saber descobri-los.