A Liga dos penaltis
O Sparta Praga conquistou o campeonato checo depois de uma mudança de sistema e de 21 jogos sem perder, mas isso não impediu que esta ficasse para a história como a Liga dos penaltis.
Há alturas em que os checos parecem latinos. Foi o caso na luta ombro a ombro travada entre o Sparta e o Slavia de Praga pelo campeonato de 2022/23: acabou tudo a discutir os penaltis e as intervenções do VAR, que os derrotados assumiram como tendo sido decisivos para o sucesso da equipa comandada pelo dinamarquês Brian Priske. O Sparta recuperou o título de campeão que já não saboreava desde 2014 depois de um início caótico, que em Outubro, após os 4-0 que apanhou no dérbi, levou o treinador a abdicar do seu 4x2x3x1 e a trocá-lo por um 3x4x3 que transfigurou a equipa. No fim, valeram as 21 jornadas seguidas sem perder – 17 vitórias e quatro empates –, série que durou desde esse mês de Outubro até à certeza matemática do troféu, mas também a enorme quantidade de penaltis que os árbitros assinalaram a favor dos campeões. Foram sete nas últimas nove jornadas, quatro dos quais para lá do minuto 90. Este fator veio exemplificar outro dos pontos fortes desta equipa, que acreditou sempre que o sucesso era possível e por isso somou sete vitórias após reviravoltas no marcador. “Fomos campeões merecidos”, disse no dia da festa Brian Priske, eleito treinador do ano na República Checa e aposta pessoal de Tomás Rosicky, o diretor desportivo do Sparta que teve o lugar por um fio no final da época passada.