A hora do caos
O que Portugal mostrou no Jamor contra a Croácia foi um caos no plano defensivo, tanto à frente como atrás. Apesar de tudo, parece mais fácil melhorar rapidamente no ataque, com o regresso ao básico.
Palavras: 1673. Quatros táticos: 5. Tempo de leitura: 9 minutos.
A derrota contra a Croácia (1-2), ontem, no segundo e penúltimo desafio de preparação que a seleção nacional fará para o Campeonato da Europa, deixou toda a nação interessada na competição entre a preocupação, a revolta e a sempre habitual firmeza em relação aos ódios de estimação de cada um. Há quem ache que a equipa melhora muito com Ronaldo e Pepe e quem não os queira ver nem pintados de dourado – e esta é uma questão geracional. Há quem justifique o desaire com as presenças de Ramos e Felix e quem o faça com Inácio ou Palhinha – e esta já é uma questão clubística. Pois a mim, o que me preocupa é que o que se viu ontem está muito longe de depender de jogadores no plano individual. Mais do que desinspirada, questão que se resolveria num dia bom, Portugal foi uma equipa sempre previsível e incapaz de dar um safanão na boa organização defensiva croata. E mais do que suave, problema que poderia resolver-se com o aumento das doses de agressividade, foi uma seleção caótica em termos de pressão e organização defensivas. O jogo de terça-feira, com a Irlanda, servirá certamente para subir a moral, mas vai deixar-nos na mesma em relação ao Europeu: e quando do outro lado voltarem a aparecer equipas competentes?