A estrela do Zenit do Rio
O Zenit conquistou o quinto campeonato russo seguido, adicionando uma segunda estrela ao emblema. Mas fê-lo entre protestos contra a hegemonia e até viu Dzyuba criticar a brasileirização.
Há um odor a Shakhtar, àquele que chegou a marcar um estilo na Liga dos Campeões, quando se olha para a equipa do Zenit que esta época garantiu o quinto campeonato russo seguido e o décimo em toda a sua história, ganhando assim o direito a adicionar uma segunda estrela ao emblema. Tal como a formação guiada por Mircea Lucescu, também este Zenit de Sergei Semak joga muito ao ritmo do samba, do futebol técnico e gingão de Malcom, Claudinho ou Wendel. Ao todo, foram sete os brasileiros utilizados entre os 28 jogadores campeões, o que levou o possante avançado Artem Dzyuba, capitão de equipa no campeonato anterior, a virar-se contra a política desportiva da equipa mais representativa da poderosa Gazprom. “O Zenit estava a transformar-se no Zenit Rio de Janeiro ou São Paulo. E isso não é correto. Uma equipa russa deve ter uma espinha dorsal russa”, disse em início de Março o avançado, que no início da época tinha sido dispensado para o Adana Demirspor, da Turquia, mas que ainda foi parar de volta à Liga russa, onde em 2022/23 representou o Lokomotiv Moscovo. A brasileirização foi mais romantizada pela comunicação social, apimentada ainda por cima pelo facto de Dzyuba se ter recusado a cumprimentar Semak, quando os dois se encontraram, em Abril, do que fator de preocupação para as autoridades, sempre mais viradas para a dimensão propagandística que lhe permite o facto de ter uma grande equipa. E se há quem comece a gritar contra a hegemonia do Zenit e a reclamar mudança de regulamentos, há também quem encare a coisa com naturalidade: é o dinheiro.