A Espanha em slow-motion
Portugal entrou no Mundial a ganhar ao Gana, por 3-2, mas foi o contrário do que lhe exigem os seus talentos: lento e pouco criativo a mandar no jogo e temível em ataque rápido e contra-ataque.
Ao intervalo do Portugal-Gana, com 0-0 no marcador e zero tentativas dos ganeses chegarem à baliza de Diogo Costa, o sentimento entre os adeptos portugueses podia variar entre o “até já podíamos ter marcado” e o “assim não vamos lá”. As duas posições eram perfeitamente válidas - porque na verdade Ronaldo já tinha tido duas boas situações para marcar e porque o mais provável era que se o jogo continuasse naquelas bases não iríamos mesmo lá. Quem estava a ver apontava com irritação ao culpado do costume – Fernando Santos. Mas os jogadores eram os certos, a disposição tática também e o que estava a falhar era simples: jogava-se muito devagar. O jogo de Portugal, sempre de pé para pé, a trocar passes sobre passes, parecia o que tínhamos visto na véspera à Espanha, mas em slow-motion, porque faltava o movimento sem bola e, à conta disso, sobrava uma pausa para pensar na solução seguinte sempre que esta trocava de dono. E se o Gana se fechava no seu meio-campo, num 5x3x1x1 que nem pela certa saía, a única forma de tirar essa barreira da frente era acelerar. Circular, sim, mas mais rápido, para obrigar o adversário a sair do buraco. Pedir a bola, sim, mas não onde o adversário estava à espera que ela fosse pedida. Só assim teríamos impedido o Gana de controlar a primeira parte de cadeirinha.
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