A “Dea” de Amorim
O Sporting mudou a organização defensiva para 2024/25 e surge com referências individuais de marcação a todo o campo, bem ao jeito da “Dea”, a Atalanta de Gasperini. O que é que isso provoca nos jogos
Palavras: 1735. Tempo de leitura: 8 minutos. Quadros táticos: 5.
O Sporting de 2024/25 tem sido sinónimo de golos... nas duas balizas. Em três jogos oficiais, os leões marcaram 12 vezes, mas sofreram seis. Nunca ficaram em branco, mas também ainda não seguraram o zero nas redes de Kovacevic por 90 minutos. As razões para uma coisa e para a outra são encontráveis numa alteração feita pelo treinador na pré-época: Rúben Amorim partiu da saída de Coates para aproximar o seu modelo do da Atalanta, a equipa de Giampiero Gasperini que tanto o marcou no quádruplo confronto da época passada, na Liga Europa. Já na época passada, na verdade, Amorim tinha aludido à vontade de ver a sua equipa aguentar-se em um para um atrás, para poder ter mais uma unidade na frente. Neste momento, mais do que a linha de cinco ou de quatro, o que mais distingue a organização defensiva do Sporting é a extensão das referências individuais de marcação a todo o campo e a todos os momentos do jogo, faltando à equipa a experiência para definir quando as aligeirar em benefício de uma defesa mais zonal. A ideia está ainda longe de ser executada na perfeição – se é que a defesa de referência individual alguma vez pode ser perfeita enquanto momento coletivo – e poderá inquestionavelmente melhorar com tempo de treino e competição, mas tem sido a grande novidade tática de um arranque de I Liga muito marcado pela capacidade de várias equipas assumirem estruturas diferentes de jogo para jogo.